quinta-feira, 19 de abril de 2012

"Nunca nada é para sempre"

"Lembro-me das noites sem dormir
Das canções que ouvimos lado a lado
Segredos e frases que então trocámos
Naquele vazio do passado

Lembro-me da chuva em agosto
E sinto que nada é permanente
Sei que tudo muda, e que tudo passa
Nunca nada é para sempre..."

Há muito tempo que a cor do sol ofuscava o meu olhar e não me deixava ver a beleza da escuridão. Mas hoje... Hoje foi diferente! Hoje abri os olhos, e com a visão ainda turva do sono, observei o cinzento do céu e a luz que outrora ali brilhara entrou-me no meu mais íntimo! E vi! E ouvi! E toquei! E senti que a vida é demasiado grande, demasiado poderosa e que ostenta demasiados caprichos e doçuras! E que nunca tocarei no céu se não lutar contra a maré, que também essa luta contra o vento, que por sua vez luta contra a chuva! E nada passa além de uma constante luta, que começa aqui e acaba não sei bem onde! E sorrio ao olhar os meus punhos esfolados, porque sei que sem eles não teria a capacidade de ter chegado aqui, hoje! E dou gargalhadas de prazer quando deito a cabeça pesada na almofada, e logo a seguir caio num sono profundo! E sei que, se apalpar no escuro e sentir uma mão transpirada, é a de alguém que se dispôs a lutar ao meu lado! Não, não se pense que as coisas e as pessoas são projetos com finalidades garantidas! As adversidades são como o vento, levam as folhas mais belas do Outono, para que não possamos vê-las esvoaçar nas manhãs frias! Mas quando as nossas lágrimas já se assemelham às mais temerosas tempestades, ele traz-nos as maravilhas da neve pura e branca. Não será isto motivo para sorrir?
Obrigada!

Até amanhã...

Catarina

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